Nesta quinta-feira (20/4), empresárias integrantes da Associação Comercial do Paraná (ACP) participaram de um walking tour pelo Centro da capital. O passeio promovido pela Escola de Turismo e Instituto Municipal de Turismo é uma ação comemorativa ao aniversário da Baronesa do Serro Azul, Maria José Correia, que faria 170 anos em 19 de abril.
O passeio teve início no Palacete Leão e durante cerca de duas horas percorreu 12 pontos relacionados a história da baronesa e seu marido o Barão do Serro Azul.
“Entendemos que o que move o turismo é a área econômica e essa parceria com a ACP é muito importante nessa sensibilização das empresárias e lojistas para a nossa história. O conhecimento traz pertencimento e tudo faz parte do acolhimento aos turistas, fortalecendo Curitiba como um destino que acolhe, atende, respeita e conhece a sua história”, disse Grécia Correa, coordenadora da Escola de Turismo.
Vanguardismo
A Semana da Baronesa é uma homenagem ao vanguardismo exercido por Maria José Correia, que, após se tornar viúva do Barão do Serro Azul, tomou as rédeas dos negócios na erva-mate e com parcerias seguiu o legado do marido e influenciou a sociedade da época.
O roteiro foi apresentado pela guia de turismo Paula Torres, que apontou os locais com um olhar voltado ao empreendedorismo feminino. “A baronesa foi uma mulher forte e pioneira, considerada um marco da história do Paraná”, salientou Paula.
A turismóloga e vice coordenadora do Conselho da Mulher da ACP, Camila Calixto Salatti, que participou da caminhada, ressaltou a importância da iniciativa para as mulheres empresárias da cidade.
“A integração entre os profissionais capacitados em multiplicar essas informações e as empresárias e profissionais do comércio é relevante. Essas mulheres também se tornam replicadoras, não só entre os turistas, mas entre as pessoas de convivência. Através do resgate dessas memórias ampliamos nosso pertencimento e fortalecemos a nossa história”, declara Camila.
Roteiro percorrido e curiosidades
Palacete Leão
- Locação do filme O Preço da Paz, que narra a história do Barão do Serro Azul.
- Apresenta a plantação de camélias, símbolos abolicionistas.
- Reflexão sobre as mulheres do mate, seus parentescos e relações.
Igreja da Glória
- História sobre a entrega de santinhos de Santa Ephigênia na porta da igreja pela baronesa.
- A elite e a religiosidade na Igreja da Glória.
Mansão das Rosas
- Explanação sobre Maria Dolores de Leão, uma mulher do mate que não foi apagada pela história.
- As relações dos Corrêa e Fontana, contando sobre o casamento do herdeiro de Francisco Fontana com a filha da baronesa.
Passeio Público
- Os grêmios das Flores e Cassino, criados pela baronesa.
- O desenvolvimento do sistema de saneamento do Passeio Público pelo Fontana.
Cine Passeio
- Sede da antiga Imprensa Paranaense, pertencente ao Barão do Serro Azul.
- Reflexão sobre a administração dos negócios pós-morte do barão, pela baronesa.
Solar do Barão e da Baronesa
- Observação sobre a arquitetura das três casas e a simbologia nas paredes.
- Sede da loja Maçon Filhas de Accacia, em 1902.
Paço da Liberdade
- Reflexão sobre quem era a mulher à frente de seu tempo entre 1912 a 1916.
Rua Barão do Serro Azul
- A importância do barão na sociedade da época.
Rua 13 de Maio
- A baronesa era doadora constante da Sociedade Beneficente 13 de maio.
Rua Riachuelo, 19
- Apresentação da Livraria Impressora, que foi administrada pela baronesa.
Rua XV de Novembro
- Reflexão sobre a falta de representação de nomes de mulheres em Curitiba.
Sede da Associação Comercial do Paraná, antiga sede do Clube Curitibano
- Curiosidade de que o Barão do Serro Azul era sócio honorário do clube, mas em 1902 a baronesa perdeu o título por inadimplência.